Laís Estevam: o momento mágico, o sonho e os desafios palmeirenses na Libertadores

Um salto rumo à Libertadores. Laís Estevam se reinventou para se destacar pelo Palmeiras na competição. 100% de aproveitamento, o Verdão faz quartas de final neste sábado, às 20h30, contra o Olímpia, do Paraguai, para ficar um passo mais perto da final. 

Destaque do Grêmio nas últimas temporadas, a meia conversou com a reportagem de oGol e comentou a mudança de ares, que significou um grande desafio na carreira. 

"Consegui dar um grande salto na vida. Claro que o Grêmio, também, era um grande clube. Mas trabalhei forte no Grêmio porque sabia que ia surgir uma oportunidade, e veio a oportunidade no Palmeiras. Venho concluindo esse ano com bons resultados, boa minutagem, e estou me adaptando a cada dia ao Palmeiras. É um clube grande, não é fácil jogar com o peso da camisa e da torcida. Então você tem de se esforçar muito", disse, em conversa com a reportagem. 

Na nova casa, Laís, que já somou 29 partidas no ano, com oito gols e duas assistências, enfrentou uma forte concorrência por um lugar entre as titulares. A titularidade, enfim, veio na Libertadores, em uma nova função. 

"Todas as meninas que vêm para o Palmeiras, as que continuaram, formam um elenco muito bom. Todas têm de trabalhar na mesma intensidade para poder ganhar espaço. Assim que venho trabalhando, desde o começo da temporada, até agora. Foi o momento que recuperei minha titularidade para jogar de volante, que é uma função nova para mim. Venho me adaptando e hoje estou integrada no time titular", comentou. 

Laís se adaptou tão bem a nova função que virou titular do time, e jogou as três partidas da Libertadores. A meia destacou a importância do componente mental para se adaptar as ideias do técnico Ricardo Belli. 

"Quando eu cheguei no Palmeiras, sabia que o treinador não trabalha com posições, e sim com funções. Então eu já sabia que poderia jogar em outra posição. O principal de tudo para mim foi o mental. Acho que se você está bem mentalmente, você consegue fazer qualquer posição que o professor está pedindo. Encarar filosofias de jogo diferentes fazem a atleta crescer muito. E a colaboração de todas as meninas do clube, sempre dando força", refletiu. 

Libertadores 100% com direito a hat-trick

Laís Estevam vive, na Colômbia, a primeira experiência de um torneio internacional da carreira. A jogadora encara com empolgação a novidade.

"Para mim, tudo é novo. Está tendo a adaptação a outor país, comida, altitude. A comissão faz o máximo possível para dar o maior apoio a todas as atletas. A Conmebol também ajuda muito, com campos bons para jogar, estádios favoráveis, lugares bons para treinar. Facilita muito", destacou. 

Entre as novidades, há também uma em especial para Laís: o hat-trick contra o Caracas, na vitória palmeirense por 6 a 0. Foi o momento mágico da meia até aqui na competição. 

"É uma emoção única, que vai ser sempre lembrada. Por ser uma competição nova, minha primeira Libertadores. Não realiza só o meu sonho, mas o de toda a minha família. Fico feliz pelos gols, e vou continuar trabalhando para chegar na parte mais importante, que é estar junto com a equipe levantando o caneco, e poder terminar a temporada da melhor forma", confessou. 

Além do Palmeiras, Corinthians e Internacional, os outros representantes brasileiros, também estão com 100% de aproveitamento, nas quartas de final.  Laís não quer pensar em tais adversários de momento. 

"A gente já sabe da qualidade dos times brasileiros, por já ter jogado contra eles esse ano. A gente tem de pensar primeiro nas quartas de final, que é o primeiro mata-mata, para depois pensar nas equipes brasileiras. A gente teve uma dor de cabeça contra o Atlético Nacional, mas conseguimos nos impor dentro do jogo e se manter em primeiro. Claro que a gente quer fazer agora um bom jogo nas quartas, e passando para a semifinal, vai ter um adversário difícil", analisou. 

O Palmeiras terá pela frente nas quartas o Olímpia, do Paraguai, e Laís projeta uma partida difícil. As paraguaias avançaram em segundo no grupo B, liderado pela Universidad de Chile. 

"Todas nós sabemos das qualidades do adversário. Não é à toa que chegou até as quartas de final. A gente trabalhou com muita intensidade, muita dedicação, para poder fazer um bom jogo e poder sair com a vitória", projetou.